PRIMEIRO EU QUERO SABER DA SUA VIDA, DEPOIS TE PERGUNTAR: "JÁ CASOU?"

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Imagem: Google

Não esta, nem a minha, mas a geração anterior possui arraigada a ideia de que todos precisam casar. Ainda percebo nos parentes mais antigos quando nos visitam, abrem as nossas portas e a primeira pergunta que nos fazem é: "Já casou?". Se a resposta for negativa a réplica é uma forte exclamação: "Meu Deus!". Embora isso possa causar risos, de alguma forma e por algum motivo que não sabemos, a coisa é séria. Os costumes antigos têm a sua importância, mas precisam ser encarados, muitas vezes, como um "dégradé", desses que os profissionais fazem da barba para o cabelo (ou vice-versa), algo que demarca o que é barba e o que é cabelo. Precisamos saber medir o que é correto, o que não é, o que era correto e o que não pode ser mais errado nos dias de hoje, mas em caráter social e contemporâneo, não Doutrinário (que fique bem claro). Quaisquer caractere que ouse ferir as Sagradas Escrituras deve ser totalmente repugnante e repugnado. O problema é que a tradição sofre mudanças de acordo com o passar da areia fina de uma ampulheta. Quando o corrupto Murdock afirma que os tempos mudam, John Rambo responde assim: "Algumas pessoas não", isso deve ser lembrado atualmente como a mais simples definição de ética. Hoje os memes reproduzem com bastante fidelidade, ainda que com humor, a situação desesperadora da maioria dos jovens, inclusive cristãos. Postagens imaturas nas redes sociais insinuando aflição, exasperação, desconsolação, irritação, carência, descompromisso, procrastinação, egocentrismo, etc., sejam textos, fotos, compartilhamentos de postagens dúbias, entre outras. Os jovens estão desesperados para mudar o relacionamento em seus perfis e isto tem atingido os pré-adolescentes. Pasmem! Ao ver a maioria dos casamentos que estão ao meu redor, sinto-me liberto, não do casamento em si, mas do mau casamento, o mau planejado, o mau feito, o enganoso, o infeliz, o maculado, o profano, com uma bela fachada, mas que nunca é reformada com o tempo (sem contar o interior), feito sem pensar, sem orar, sem analisar cada ponto, sem o sincero diálogo, sem a malícia ensinada por Cristo, repetida por Paulo e canonizada na Lei, sem a sabedoria de quem apenas se ilude por alguém com posses, boa lábia, aparente maturidade por ser mais velho ou pelo engodo de reger uma posição destacável, seja na sociedade e/ou na igreja, e, assim, "conquistar" as pessoas mais significativas para quem lhe interessa, causando situações emocionais perfeitas que funcionarão como trincheiras para aprisionar, escravizar e abater.

Uma verdade que deveria ser dita e repetida é que a evolução acontece continuamente, não pára, mas deve sempre estar fundamentada na Palavra de Deus sem a necessidade de convencionar as Suas entrelinhas, excluindo o que incomoda e adicionando o que pragmatiza. Como esta verdade não é dita regularmente, tampouco repetida, muito menos praticada, o ser humano se agarra aos ídolos íntimos e secretos de suas próprias entranhas. Os mais velhos querem saber da vida dos outros, não se medem, não se constrangem, não se importam, não se corrigem. Os mais novos, embora vestidos de pós-modernidade, copiam este estranho comportamento, condicionam à sua própria geração e destilam o julgamento condenatório, por isso os filhos estão contra os pais, os pais contra os filhos, a família não tem pai e mãe, é sempre a ideia de que pode ter quantas mães ou pais desejarem. E Jesus mentiu, por acaso? Deus, por isso, os entregou às suas próprias iniquidades.

Primeiro querem saber da nossa vida em absolutamente todos os aspectos, hoje, pelo caminho mais curto: as redes sociais. Depois se desenvolvem para uma conversa interesseira a procura de informações como um repórter neste globo pecaminoso, aproximam-se ardilosamente de duplas ou grupos onde estamos inseridos, ascendem os ouvidos e coçam a língua buscando alimento para as suas fofocas, depois evoluem para uma visita já preparando a fala para se engodarem e enfeitarem com as bijuterias do falso altruísmo, apenas para dizer que praticam boas obras. Quando ousam proferir uma pergunta como "já casou?" ou "você trabalha?" ou então "você ainda mora com os seus pais?", a língua estreita, flexível e bífida treme em busca do cheiro ao redor. Estes ofídios me fazem lembrar de alguns perfis sociais sempre ativos, seguindo milhares e adicionando sempre mais, no entanto, sem foto no perfil ou nos álbuns, ou apenas no perfil, sem mais informações, apenas o nome. Por quê? A grande e irrelevante pergunta "já casou?" é sinonímia de outras. Imagine as pessoas querendo a todo custo saber se você está trabalhando, e se está, qual a função que realiza. Isso demonstra o interesse em saber quanto você ganha e se o seu trabalho é seguro, se seu futuro está garantido. Isso pode até parecer normal e bonito, uma preocupação de quem se preocupa com a gente. Mas, por que estas pessoas muito preocupadas conosco nunca se dedicam a nós independente de trabalho, renda e posição? Por que não existe uma clareza nas ações com respeito a confiança depositada em nós independente de trabalho, renda e posição? Por que não são tão amigas como no momento em que exalamos trabalho, renda e posição? Quando demonstram interesse em saber onde moramos, não pensam, porque não há siso, porque são mercenários, pragmáticos. E se vivemos uma vida de dificuldades e lutas todos os dias, enfrentando feras diurnas e noturnas, humanas e espirituais, passando vários tipos de necessidades, e um dia vencemos e atingimos o ápice da nossa vitória nesta terra criada por Deus? Bem, os "amigos" aparecerão rapidinho. Que tempos! E que costumes!

O Prolífico.

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