3 PREOCUPAÇÕES DE UMA IGREJA PÓS-PANDÊMICA

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Fonte: Terra.

Quem poderia imaginar que nós, cristãos ocidentais, brasileiros, em plena década de 2020, passaríamos pela experiência de adorar ao nosso Deus em nossas igrejas usando máscaras, embebendo nossas mãos de álcool, afogando nossos calçados em alvejantes, nos distanciando por alguns metros no templo e com uma capacidade de cerca 70% dos membros? Depois de pensarmos biblicamente acerca de como será a igreja pós-pandemia, reflitamos agora sobre como ocorrerá essa transição. Há muito o que se pensar sobre igreja nesse "novo normal", como dizem. Aliás, eu não gosto dessa expressão porque sugere uma nova regra sobreposta a que já existe, mas falo isso do ponto vista bíblico. No entanto, entendo que é uma maneira cotidiana de expor os medos de uma sociedade que nunca viveu uma pandemia, apenas leu na história ou ouviu dos avós. Digo isso porque me questiono: como continuar uma missão em que, por inúmeros motivos, já estava quase impossível de realizar, e agora temos novas barreiras a serem vencidas? Por exemplo: como fazer com que a Bíblia, a Trindade, a Igreja fundamenta em Cristo, toda a Sã Doutrina, sejam assuntos não apenas relevantes, mas também interessantes? E como fazer com que a Bíblia interesse de forma a não relativiza-la nem, tampouco, adaptá-la? Como contextualizar sem humanizar as Escrituras? E como manter-se igreja passando por tantas lutas e adaptações sem deixar de ser a Noiva de Cristo? Talvez, para alguns, a missão seja dobrada: como repensar o que era feito e/ou o que não era feito e voltar ao primeiro amor? Eu penso que Deus, dentre outros propósitos seus, está aplicando tal missão ao seu povo no mundo para um fim específico e objetivando o crescimento congregacional. Antes de qualquer coisa, deixo claro aqui que não me oponho aos decretos governamentais quanto a proteção e prevenção do novo Coronavírus. Enquanto não imporem a liturgia do culto a Deus, sou totalmente a favor dos protocolos de saúde. Dito isto, vamos refletir sobre 3 preocupações de uma igreja pós-pandêmica e analisar se, de fato, são legítimas, ou, pelo menos, coerentes.


1. Máscaras: é estranho pensar que dentro da Casa do Senhor eu preciso usar máscara, pelo menos por enquanto. Contudo, me vem algo em mente: quantas vezes não usamos máscaras sobre máscaras dentro da igreja? Quantas vezes o povo de Deus não vestiu algo no rosto para disfarçar uma emoção, um sorriso malicioso, uma expressão, uma trama, uma cobiça? Quantas vezes não se vestiu máscaras para tentar esconder um pecado, ou, pior, uma blasfêmia? As máscaras que vestimos hoje são necessárias pelo fator saúde, respeitando uma norma governamental lícita, como proteção. Todavia, sempre existiram máscaras com o fim de aflorar a corrupção humana, das quais pouquíssimos ou ninguém, exceto Cristo, enxerga, máscaras que não são feitas de tecidos nem forradas com tecnologia durável, mas produzidas a partir do coração humano, de onde emana toda a maldade originada no pecado, pessoas dentro das igrejas possuindo mulheres que não são suas, homens que não são seus, cargos que não lhes foram empoçados, dinheiro que nunca lhes fora entregue, púlpitos dos quais envergonham a Cristo e sua Palavra, desconstrói a Justiça de Deus, confunde a Igreja e enoja o Espírito Santo. A Igreja tem se preocupado bastante com as máscaras contra a Covid-19, mas não tem aberto a Bíblia para tratar e remover as outras máscaras que afloram o pecado aquartelado no coração humano, que é corrupto. A primeira grande preocupação da Igreja hoje é com máscara, mas isso precisa ser bem tencionado e não desconsiderar os fatos que antecedem a volta de Cristo e a responsabilidade que isto implica para a Sua Igreja. Usemos máscaras sim contra o novo Coronavírus, mas não como forma pecaminosa.

2. Distanciamento em gel 70%: como congregar distantes? A cada 15 metros dentro das igrejas há um dispositivo que cospe gel, mas antes de entrar existem pessoas preocupadas com a sua saúde já na recepção, medindo a sua temperatura, orientando que levem as suas próprias garrafinhas de água e utilize antes os banheiros, guiando para que lave os calçados e acariciando suas mãos com 70% de isolamento, como quem diz: "sente-se onde há avisos para isso". Como não se sentir isolado dentro de uma máscara, mergulhado em álcool e escondidinho no canto do banco? Creio que seja apenas uma fase, mesmo que aparente já demorar. O que me chama a atenção é se este isolamento é mesmo uma novidade, pois trago em mente alguns distanciamentos bem antes desta pandemia. Já haviam grandes distâncias entre púlpito e Bíblia. Já era nítido anteriormente uma superficialidade nas EBDs. Nas organizações, sejam homens, mulheres, jovens, liderança, etc., se via uma disparidade entre palavras ditas, escritas, ações e pensamentos não muito (ou em nada) bíblicos, ou porque exaltavam já antes as revistas que, na maioria, são rasas, ou por trazerem às reuniões de estudo testemunhos pessoais, discussões de internet ou meras leituras de obras prolixas. Eu diria que pelo menos 70% da Igreja tem se afastado da Sã Doutrina. Digo isto porque quando abordo temas estritamente bíblicos percebo reações de espanto, como se nunca tivessem ouvido aquilo, sequer lido, algo que está lá há pelo menos 2000 anos. Então, este isolamento que acontece desde o início da quarentena tem como naturalidade ser dissipado aos poucos. E o distanciamento da Bíblia Sagrada, será também dissipado do corpo eclesiástico?

3. "Desigrejamento": por fim, o que mais me preocupa em decorrência do distanciamento das Sacras Escrituras é o que eu chamo de "desigrejamento". Vamos aproveitar e dedicar nossas forças e talentos à dispositivos de última geração que atenda às transmissões dos cultos? Ou vamos revalorizar o que não tínhamos enquanto quarentena, isto é, o congregar-se? Em quais pontos do corpo eclesiástico local vamos nos dedicar mais? Às vidas? Às reuniões solenes diante da face do Todo-Poderoso? Ao púlpito e à responsabilidade do que exporemos através dele? À prática daquilo que pregaremos? À missão central da igreja do Senhor? À pregação séria, bíblica e prolifica da palavra de Deus? Ou à internet, sermões vazios e/ou falsos, ajuntamento para fazer rir, louvores totalmente sem sentido, tanto faz ou tanto fez quem subir no púlpito para falar? Deixo claro aqui a possibilidade real de que o "desigrejamento" pode ocorrer dentro de prédios que dizem ser a Casa de Deus. Que tempos! E que costumes!

Misericórdia, Senhor! Sola Scriptura!

O Prolífico.

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