NEM TODOS OS PROBLEMAS SÃO FRUTOS DA PANDEMIA

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Fonte: @saopaulocity e @aurch

Faz algumas semanas que eu tenho pensado bastante em tudo o que estamos vivendo, mas não como se comenta em praticamente todos os lugares. Não penso apenas nas muitas perdas que muitos tiveram e ainda estão tendo. Há muito o que aprender com tudo isso. A humanidade já viveu de tudo (ou quase tudo) em sua história. Muitas outras pandemias fizeram parte de gerações passadas. Muitos morreram, muitos sofreram e muitos aprenderam. Não é possível que não haja uma lição sequer nessa tristeza toda! É bom que saibamos que nem todos os problemas que estamos enfrentando são frutos da atual pandemia, alguns são resultados da própria corrupção humana, deformidades em seu coração pecaminoso. Entenda uma coisa, caro leitor: apesar de tanta dor, nenhum problema ou sofrimento pode ser comparado ao fim da vida de alguém sem Cristo. A pandemia, como tantas outras atrocidades causadas pelos homens, ou por causa das ações dos homens, são providências divinas, justas e corretivas, já que não Ele, e sim nós somos os culpados pela desobediência à sua Ordem. Todavia, graças ao Senhor por sua obra salvadora que nos alcançou. Diante disso, penso que há algumas observações a serem consideradas, das quais eu e você devemos anotar:

1. A pandemia abriu a mente de alguns: Sim, apenas alguns abriram suas mentes quanto a tudo o que este vírus trouxe, além de uma enfermidade desconhecida, e como se não bastasse, insegurança, pânico, dúvidas. Não estou falando do famigerado "novo normal", mas das muitas possibilidades de sobrevivência. Fomos obrigados a adotar máscaras, álcool 70%, reclusão e hábitos antes nunca vistos como normais no que se refere a assepsia, mas poucos perceberam que muitos já usavam máscaras por onde estavam, muitos já se limpavam asquerosamente após um dia de contato com outras pessoas, no trabalho, nas instituições educacionais, na vizinhança e nas igrejas. Como é pandêmico imaginar que não há nada de imaginação quando alguém se desfaz de sua pele por nojo do que viveram sorridentes falsamente durante o dia a dia. Vemos isso na política, ou naquilo que fizeram dela. Nas eleições não se falava nas principais mídias brasileiras acerca da possibilidade de uma nova onda do vírus nos comícios, nas carreatas, nos debates e nos próprio dia do pleito. Muitos foram levados a não tocar no assunto acreditando na erradicação, seguros falsamente no discurso liberal de uma mídia que desviava o assunto, enfatizava os lados políticos que lhes eram convenientes, destacavam o inútil, adoecendo ainda mais a mente do brasileiro. Lembro-me exatamente de fazer questão de assistir ao jornal no dia imediatamente após o segundo turno das eleições. Em algumas cidades as manchetes falavam do crescimento de infectados e mortos pela Covid-19. Quanta hipocrisia! Lembro-me quando Jesus utilizou o termo grego "hupokritês" para se referir a alguns religiosos de sua época. Lembro-me quando Paulo falou daqueles que sentiriam coceiras nos ouvidos por ouvir a verdade e procurariam líderes que lhes alimentassem com fastfood. É o bastante para se lamentar. Mas ainda assim louvo a Deus por alguns que nunca esmoreceram diante de tamanha dissimulação midiática. Poucos, infelizmente, mas ainda houve quem agiu de sabedoria para proteger os seus idosos, crianças e outros mais frágeis. Mas não apenas isso. Onde desejo chegar, de fato, é no corpo de Cristo. A Igreja do Senhor, que não se resume àqueles cujos nomes estão nos róis de membros, se manteve à sombra do Onipotente, sendo cuidados por Ele, cuidando uns dos outros, sempre com a Bíblia aberta, os joelhos no chão e os olhos naquele que vive e reina para todo o sempre, Jesus Cristo. Ainda há aqueles que permanecem na Bíblia, inerrante, infalível e inspirada por Deus. Soli Deo Gloria.


2. Deus opera também na pandemia: não há quem impeça o Senhor dos exércitos de trabalhar! As pessoas nas igrejas clamam a Deus por misericórdia, gritam por socorro, agitam-se para chamar a atenção de Deus para tão desesperador momento em que vivemos. Não desconsidero nada disso. Vejo no ser humano, ainda alguns dos que pertencem a Deus, muita limitação. Ora, quem de nós é perfeito? Quem é capaz de simplesmente viver em paz diante de tanta calamidade, sofrimento, tribulação, incerteza, insegurança e tantas outras questões sufocantes destes tempos? Contudo, o povo de Deus é diferente: somos dotados da presença plena do Espírito Santo, de Cristo e do próprio Pai, atuando singularmente em cada um de nós, levando-nos à direção que Lhes apraz, com ou sem dor, na verdade, com muitas dores, aflições e sofrimentos, até que num Dia especial tenhamos definitivamente o cumprimento de sua promessa maior, de estarmos com Ele, no lugar preparado por Ele, sem choro, lágrimas, ranger de dentes, sem o maior causador de todo e qualquer sofrimento que o homem passa nessa vida, o pecado. Por isso dizemos que Deus opera também na pandemia, por causa da pandemia, pela pandemia, com a pandemia, porque ele é soberano, não nós, tampouco o novo Coronavírus. Descansemos na paz que excede todo o conhecimento, isto é, cuja explicação de alguém que precisa andar em meio a tiros de todos os calibres, distâncias e frequências, além de explosões, vindos de todos os lados, o faz em louvor a Deus, como o grande poeta que declarou sob muita dor: "Embora me assalte o cruel Satanás e ataque com vis tentações, sou feliz com Jesus, meu Senhor!"


3. Há problemas muito maiores do que a Covid-19: não sofremos porque perdemos alguém querido acometido por esta horrente enfermidade, sofremos porque perdemos alguém que poderia ser tirado de nós porque qualquer outro motivo, inclusive fatalidades que a própria vida nos coloca todos os dias. A morte vem para todos e o que a resulta não é um crime, uma doença ou uma injustiça, isto são apenas meios, por mais dolorosos que sejam. O que resulta a morte de todo ser humano chama-se pecado, e nem o pecado, nem a Bíblia que nos ensina sobre ele estão nos perguntando alguma coisa, opinião ou sugestão, apenas nos avisando que a vida pertence a um só: Deus. Para os ricos, bastam os problemas econômicos que lhes perseguem, para os pobres, a mesma coisa, ainda que por ângulos diferentes. Para o indivíduo lhes são impostos pela vida muitas preocupações. Para o cristão, há a Lei que precisa ser posta em prática, muito mais fora da Igreja do que nela. Muitos redis estão sendo identificados como covis. Muitos anjos estão agindo como lobos. Muitas ovelhas estão copiando os seus lobos. Muito está sendo feito a partir dos púlpitos, quando ainda existem, mas não o necessário, não se expõe mais o Texto Sagrado. Falam qualquer coisa e chama de sermão expositivo. Não se fala mais "assim diz o Senhor", estão louvando hinos, cantores, contadores, revistas, métodos, estatutos, gazofilácios. A criatura está mesmo adorando outras criaturas. Esqueceram de Deus. Já que ser um desigrejado não convenceu, criaram a igreja decepcionada, desertaram da Igreja perseverante na Palavra. Na verdade, a Covid-19 é muito mais uma providência divina do que um golpe político ou qualquer outra coisa de qualquer natureza. O sofrimento causado por tal enfermidade não é maior, igual ou semelhante à condenação eterna. Nem se compara. Quem lê entenda: para os santos a morte é um descanso em Cristo. Não somos melhores do que ninguém, somos privilegiados.


4. Somente a Igreja dá graças a Deus pela esperança que falhou: John Hultman e August Storm compuseram a célebre frase "graças dou pela esperança que falhou" expressa no hino 419 do Hinário para o Cantor Cristão. Agora pense comigo no seguinte: por que agradeceríamos a Deus por uma esperança que falhou? Se você perdeu alguém querido por causa da pandemia, por exemplo, saiba que eu desejo participar do seu sofrimento, orar pedindo a Deus que te conceda conforto e consolo, de maneira que só ele o faz. Mas saiba igualmente que aquele que foi levado por tal enfermidade, sendo geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo de propriedade particular de Deus, na verdade foi levado por Deus, para Ele, recebendo descanso e livramento Dele, por meio de uma situação humana chamada enfermidade. Quando Deus livra alguém está agindo com paternidade santa, causando nele e aos mais íntimos um pouco de sofrimento e aplicando lembrança da Cruz e aprendizado sobre Graça especial, evitando uma situação desmedidamente humilhante. Minha tarefa não é transformar isto em algo simples, mas apenas informar o que Deus determinou antes da fundação do mundo e selou há dois mil anos pelo sangue de Jesus naquela cruz. Solus Christus.


O Prolífico.

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