"DESCULPEM PORQUE NÃO TRANSMITIMOS O CULTO HOJE!"

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Imagem: Google.


Certo dia Charles Haddon Spurgeon afirmou que chegaria um dia em que "no lugar de pastores alimentando as ovelhas haveriam palhaços entretendo os bodes", pelo menos é o que afirmam ser uma frase de Spurgeon. Se pensarmos bem e alinharmos o raciocínio de Spurgeon com o nosso, chegaremos na patética repetição na maioria das igrejas nos dias de hoje: a fadada práxis de transmitir os cultos, ou não haverá culto.

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Há alguns anos minha preocupação com o culto a Deus na Igreja era se o povo estava mesmo adorando com a Bíblia ou com extravagância desnecessária criada na virada do século passado. Lembro-me quando a juventude bebia de ideias sem nexo algum dos botecos teológicos cheios de bebidas ruins, imitavam os ministros de louvor com os seus mantras inacabáveis e com muito êxtase e a impressão de haver muita droga, e vociferavam: "adoração é um estilo de vida!", mas não viviam nada de adoração. Hoje, cada dia que passa, me deparo com situações esdrúxulas, irritantemente desnecessárias com respeito ao culto solene a Deus. Se até pouco tempo a grande preocupação era produzir camisas com versículos isolados querendo dizer qualquer coisa, exceto o que realmente está escrito, bem como fundos ornamentados com as frases temáticas "marketeiramente" produzidas para chamar a atenção nas postagens #pósculto e publicar os vestidos, saias, blusas, joias, camisas masculinas coladas, calças frufru (slim) e maçãs mordidas, hoje, o problema recebe uma nova nomenclatura, quem sabe, "o novo normal de Deus", repetindo os mesmos erros, porém, com nichos para cada tipo de gente, uma nova maneira de ser crente sem ser quadrado. "Agora pode tudo, porque Deus é amor", dizem os adoradores extravagantes.

Tristemente chegamos nos dias em que, além de muitos palhaços entretendo os bodes, agora temos outros que precisam dedicar alguns minutos do sermão para explicar, se desculpar, as vezes até implorar perdão para suas ovelhas do porquê de não transmitir o culto. O que poderia ser um tempo precioso expondo alguns detalhes da perícope bíblica se torna agora um discurso politicamente correto, porque a pior coisa que um pastor pode fazer é ofender a sua igreja, dizem os tais extravagantes. Diante disso, destaco o seguinte:


NÃO FOI SÓ A MORTE QUE A PANDEMIA TROUXE

Uma pandemia já é triste por sua natureza, mas como se não bastasse, o ser humano faz da dor algo pior. Poderíamos listar aqui as atrocidades sanitárias que o povo faz neste tempo, quando deveriam se cuidar e não vacilar, mas não seria para nós proveitoso, aliás, o comportamento do homem nessa loucura pandêmica está estampado na internet.

O que mais chama a minha atenção nos crentes em geral são algumas práticas interessantes. Muitos vão e estão em absolutamente TODOS OS LUGARES. Vão à padaria, ao trabalho, às praças, às praias, clubes, viajam, publicam fotos dentro dos aviões, nos shoppings, andam de ônibus, trens, metrôs, etc., mas precisam de adulações para estarem nos cultos. "Mas eu ando de ônibus porque preciso", alguém pode esbravejar. E quanto a Reunião Solene na Casa de Deus com os santos? Você não precisa destes momentos? Porque, com certeza, não é Deus quem precisa. A verdade é que, não desvalorizando a necessidade do trabalhador em ter que se arriscar diariamente para garantir o seu pão, muitos o fazem apenas porque são pagos. Se Deus resolvesse pagar os seus adoradores para estarem nos cultos sorridentes e entregues totalmente, o altar do Senhor estaria lotado de adoradores [in]verdadeiros.

É muito mais cômodo consumir ao seu bel prazer pelos lugares mais cobiçados durante a semana e mostrar seu "poder" de compra nas redes sociais e, com isso, participar do culto em casa, no sofá, com roupa de dormir, enquanto as crianças estão cortando frutas com espadas ninjas nos smartphones dos pais (ou deles mesmos), despenteados, peidando e arrotando a vontade, mas deixando o seu "graça e paz" e "amém" nos chats das transmissões, pulverizando as suas "pseudosantidades", afinal, quer desculpa melhor para não ir a igreja do que o que esse maldito novo normal causou na sociedade?

Dentro das igrejas, não foi só a morte que esta pandemia trouxe. Preguiça, pragmatismo, a normalização do pecado e o satânico politicamente correto tem sido bastante destacado em nossos dias, em nossas igrejas. Mas, além de uma morte física, a pandemia pode revelar em alguns a morte eterna. Ao passar dos anos, tudo o que acontece, seja uma repetição com nova roupagem do que já houve na história da humanidade, seja algo realmente novo, se encaixa no que Cristo falou: "Não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada... Não se enganem!" (Mt 24.2,5).


O Prolífico.

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