COMO SABER SE O SEU PASTOR REALMENTE EXPÕE A BÍBLIA?

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Imagem: @pecadorreformado

E quando eu falo que há um problema na maioria dos sermões de hoje estou levando em consideração, dentre outras coisas, a reação dos ouvintes, pois tudo o que falamos causa reações, e se vivemos o que falamos com frequência, tais reações se tornam cada vez mais perceptíveis.
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Em primeiro lugar eu preciso deixar claro o seguinte: se você nunca pensou sobre isso já é possível deduzir que algum problema há, pois a ovelha não pode ser privada de pensar, ainda que isto seja um resultado da própria inconsequência do cristão. Pior será se a proibição de raciocinar parta do pastor, inconscientemente ou não.

Dito isto, vamos pensar a respeito de como identificar se o seu pastor, de fato, expõe a Bíblia.

1. ELE LÊ, EXPLICA E APLICA O TEXTO?
O Texto precisa ser lido, mas não apenas isso. É necessário que o pastor repita várias vezes onde está o Texto a ser exposto na ocasião, pois existem pessoas que ainda não tem a habilidade de encontrar a perícope em poucos segundos. Além disso, deixar claro a base do sermão é o mínimo homileticamente a ser feito. Não se aplica o Texto sem antes lê-lo, da mesma forma que não se explica sem que seja lido o que se deseja explicar. A explicação até pode ser feita juntamente com a aplicação, mas isso só será coerente se antes o Texto tiver sido lido. Não obstante, o que desejo colocar aqui é a ideia de que o pastor não pode, em hipótese alguma, ler o Texto, sair do Texto e nunca mais voltar para o Texto. Isto tem que ser inadmissível para a Igreja.

Eu não preciso fazer compreendido o que é ler o Texto, mas, permita-me, desejo elucidar o que significa explica-lo e aplica-lo. O que adianta o pastor ler e não explicar o Texto? Qual o aproveitamento em ler o Texto, por mais bonito e claro ele pareça, e não explicar o seu contexto? Compreender quem escreveu, quando possível, pra quem escreveu, o porquê de ter sido escrito, a maneira como o foi, quais as doutrinas teológicas contidas nele, usos, costumes, cultura, se para Israel, se para a Igreja ou ambos, etc., faz toda a diferença pra quem ouve.

Semelhantemente, ler e explicar o Texto e não aplica-lo é o mesmo que não fazer nada. Quando Cristo disse aos escribas e fariseus que eles estavam coando mosquito e engolindo camelo, o que eu tenho a ver com isso? O que os ouvintes têm a ver com isso? Como se aplica a nós hoje o que afirmou Jesus àqueles líderes hipócritas? E quanto a toda a Escritura? Qual a sua aplicação para nós hoje? Se o pastor não fizer isso, aplicar o Texto depois de lê-lo e explica-lo, nada fez.

2. NA HORA DE EXPLICAR, ELE SAI DO TEXTO?
A única proximidade do seu pastor com o Texto Sagrado é na hora de ler? Se for assim, tem algo muito errado. O pastor que lê o Texto e sai Dele está cometendo um crime contra a Lei do Eterno. O princípio Sola Scriptura defendido pelos reformadores exalta justamente isso, que a Palavra de Deus precisa ser posta em seu devido lugar por quem se coloca na posição de ministro do Evangelho. Sola Scriptura significa que a Bíblia está acima da Igreja e da Tradição, o que nos confere a certeza de que nada pode ser o alicerce da nossa pregação, senão as Escrituras.

3. NA HORA DE EXPLICAR, ELE OMITE O QUE O TEXTO DIZ?
Só há uma maneira de saber responder a esta pergunta: se você tem intimidade com a sua Bíblia. De nada adianta supor que o seu pastor arreda a Verdade se você não tem a mínima intimidade com a Palavra. Agora, se você tem íntima relação com a Lei e o seu pastor é um suplantador, corra em quanto é tempo em direção a um despenseiro fiel, sempre em oração ao Deus que ainda tem os seus ministros fiéis a Sua Lei.

4. ELE USA A SI MESMO COMO EXEMPLO NA APLICAÇÃO?
Ouvi de um talentoso pastor, certa feita, que a única possibilidade de usar a nós mesmos como exemplos em nossos sermões é quando precisamos exemplificar algo corrupto, porque somos assim, e voltarmos rápido para o Texto. Se o seu pastor é diferente, sempre coloca a si mesmo como exemplo a ser seguido, conta suas conquistas, como é em casa, na vizinhança, por onde passa... Bem, uma coisa é certa: devemos nos questionar em que parte da Bíblia ele está, já que o assunto do seu sermão é ele mesmo. Preste atenção numa coisa: de Gênesis a Apocalipse, seja onde for a base do sermão do seu pastor, ele deve apontar Jesus no Texto, do contrário, não é a Bíblia que ele está expondo.

5. O COMPORTAMENTO DELE CONDIZ COM AS ESCRITURAS?
Qual a postura do seu pastor? Ele sabe se impor com as mulheres da Igreja, ou não aguenta a presença feminina por ser o sexo oposto? E quanto ao sexo masculino? Como diziam os mais antigos, "ele tem palavra?", ou, como diriam os mais brutos, "ele é frouxo?" O que sai de seus lábios é edificador, encorajador, consolador, apascentador, bíblico? Ou é só mais um menino inseguro, impaciente, imaturo, soberbo, etc.? O conselho que Paulo dá a Timóteo é oportuno, porque nos faz lembrar que nós, pastores, precisamos ser exemplos, modelos de fé, além do que, assim como a postura e palavra de Paulo não eram de sabedoria humana, mas do poder do Espírito Santo. Se o seu pastor não é sério, ele está longe de ser um.

6. AFINAL, O QUE ELE FALA CONFRONTA OU CAUSA GARGALHADAS?
Igreja não é lugar de entretenimento, logo, rir é uma causa da alegria de ser salvo, e não estou falando da "unção do riso" ou qualquer outro efeito de drogas ou possessão. E tenhamos em mente que rir é uma coisa, cair na gargalhada é outra bem diferente. Uma Igreja que centraliza Cristo e as Escrituras, que vive sob a doutrina dos apóstolos e perdura o pensamento dos reformadores se reúne solenemente na Casa do Senhor para derramar lágrimas por seus pecados, em agradecimento pela Sua Graça que nos alcançou e com coração quebrantado, adorando aquele que vive e reina para todo o sempre, Jesus Cristo, que nos virá buscar.

Isto posto, deixo-vos aqui um conselho: façam parte de uma Igreja cujo pastor ame, viva e exponha com simplicidade e objetividade a Bíblia.

O Prolífico.

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