NÃO CONSIGO CONGREGAR, E AGORA?

 

Imagem: MrFireStation

O mais próximo que um famoso geralmente chega do Evangelho é através de outros famosos que, muitas vezes ou quase sempre, pregam um falso evangelho, levando-o ao engano de seus próprios corações, salvo raríssimas exceções.

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Os nossos tempos são nebulosos. A geração de hoje é pautada por teleprompters regentes de regras fúteis. Antigamente às 6h da matina já estava tudo pronto. Hoje, às 4h da madruga é quando se finaliza a última dancinha do Tiko&Teko (quem lê entenda) para angariar likes. A partir disso, mesmo em outras redes sociais, a mania de mostrar a barriguinha, a bundinha e a outra parte em vídeos de alguns segundos é regra para ser popular. Pode não ser o seu caso, caro leitor, mas isto serve pelo menos para a nossa reflexão, se de fato não estamos nos conformando com este mundo, com os "novos normais" deste século fingido. Fato é que a Igreja do Senhor tem sido alvo de um populacho desgraçado que só trazem artes cênicas para os posts "instagramáveis" dos perfis gospels. O que importa é aparecer nas postagens fazendo caras e bocas atuando como possíveis adoradores. É óbvio que o objetivo de tanto deseje em ser seguido é arrecadar grana, pois para isso é necessário ter uma legião de "fãs". Se você estiver sendo levado por este engodo do seu coração, cuidado, sua vida de consagração a Deus corre sérios riscos.

Contudo, há os que ainda não chegaram a tal desgraça. Ainda estão sonhando com uma visibilidade significativa, ou, como costumam dizer, "engajamento" nos metaversos da vida. Por não conseguirem estar em suas igrejas onde são membros, durante a correria de suas vidas, visitam aquelas com uma visibilidade hollywoodiana, um culto "abençoado", uma galera que tem um estilo de vida adoradora, os adoradores extravagantes, uma palavra abençoada, um pregador abençoado e engraçado, que fala o que nosso subconsciente deseja ouvir, palavras que são psicológicas e lógicas psicológicas (eu não errei), uma coleção de páginas sem coesão nem coerência, uma prolixidade bem preparada para agarrar a psiquê dos ouvintes e traze-los na semana seguinte, e na seguinte, e na seguinte...

"O verdadeiro tesouro da igreja é o Santíssimo Evangelho

da glória e da graça de Deus." (Lutero, Tese 62).

Há muitos cristãos verdadeiros presos na correria do dia a dia, e isso me assusta. É possível que você seja um deles. Você é um eleito do Senhor, chamado por Ele para a Vida Eterna, que persevera todos os dias para suportar as artimanhas do mercado de trabalho, da faculdade, da distância entre sua cidade até o centro administrativo onde tudo acontece, onde o seu trabalho existe, sua faculdade lhe enquadra, sua família e sua igreja estão longes. O tempo que sobra é para relaxar. No entanto, para o eleito do Senhor, não congregar incomoda, e como o tempo é exíguo, a igreja mais próxima, ou a mais conhecida, serve. É aí que reside aquele velhinho barbudo experiente, nada bobo, chamado "problema".

Num tempo em que não havia smartphone para distrair, Lutero dizia que o Santíssimo Evangelho é o que exala a Graça e a Glória de Deus, e nós esquecemos disso, porque no afã da rotina, o desencadeamento dos cifrões nos faz enlouquecer para não enlouquecermos. Daí, o que sobra, é a igreja mais conhecida. "Qual é aquela igreja famosa mesmo? Vou pra lá! Deus estará lá. A pregação daquele pastor é uma bênção, ele é uma bênção... Se não fosse assim a igreja não seria tão falada. As postagens no 'insta' são muito boas, a juventude de lá é descolada..." Caríssimo, entenda uma coisa: eu não tenho a intenção de afirmar que o fato de uma igreja ser conhecida por algum motivo contemporâneo, tipo, as redes sociais, faz dela uma igreja não bíblica. O que pretendo trazer aqui é que a SUA IGREJA está lá, com os seus irmãos amorosos, sua liderança dedicada, com o seu pastor piedoso, que labuta a semana inteira como você, com a diferença de que ele vive para apascentar você e os demais irmãos, com fidelidade às Escrituras, que está reunindo informações para os seus sermões e aulas estritamente bíblicas, buscando a Deus pela própria vida, da sua família e da igreja que o Senhor o confiou para apascentar, clamando ao Pai por você, apresentando diante de Deus os seus dias corridos, enquanto a sua pessoa está se iludindo com um palco escuro, uma mensagem vazia, psicológica e nada bíblico-teológica, servindo fastfood ao invés do Sola Scriptura. O que fazer?

Primeiro, pare e repense. Para que a Palavra de Deus flua às vidas sedentas por Ela, não é necessário que alguém mais famoso a pregue. O que tem de pastores piedosos anônimos mundo afora pregando a essência das Escrituras incomparavelmente a muitos que escrevem milhares de livretos falando o óbvio, não se mede. Assim, pare e pense comigo: a necessidade de ouvir a essência da Palavra não depende de pessoas, mas da ação do Espírito de Deus que usa os seus servos fiéis às Escrituras. É possível ouvir Deus falar através de alguém que nem teólogo ou pastor seja, mas que em sua simplicidade lê, estuda e se aprofunda na Lei do Senhor, imagine os que se prepararam por anos e continuam fiéis ao Texto Sagrado.

Segundo, considere a continuidade da pregação bíblica. Se a cada domingo você ouve um pastor diferente ou uma pregação aleatória sem nenhum compromisso com a exposição continuada, é provável que você não esteja se alimentando corretamente. Dito isto, sugiro que você considere os sermões que está ouvindo regularmente. A maneira de saber se realmente a pregação que ouvimos é, de fato, bíblica, é através do que resulta em nós: a Palavra de Deus causa desconforto, pois aponta a nossa negligência. Ela causa ofensa em nós, porque mostra-nos claramente que somos pecadores miseráveis que necessitamos da Graça de Deus. Se o que ouvimos causa-nos riso, satisfação somente e massagem egocêntrica, isto não é de Deus. Contudo, se o que ouvimos leva-nos aos pés de Cristo, constrangidos, arrependidos e dispostos a glorificar a Deus, bendita seja este Deus que nos trouxe a correção da sua Palavra. Se não houver uma preocupação do cristão em selecionar os sermões que ouve, prejuízos serão uma rotina. Valorize o pastor que faz jus à posição de expositor das Escrituras.

A terceira dica, portanto, que dou é: valorize o seu pastor e o sermão que ele expõe. Supondo que o seu pastor é dedicado à exposição fiel das Escrituras, isto precisa ser valorizado. Para que o seu pastor exponha a Bíblia fielmente, ele leva tempo na preparação do sermão, da organização dos pontos, na enumeração das ideias, na aplicação do texto bíblico. Caro leitor, isso não pode ser tratado com insignificância. Pouco importa se ele é conhecido, escritor, conferencista ou líder de uma megaigreja, mas importa muito se ele é fiel às Escrituras.

Conforme o exposto, algo precisa ser levado a sério: se o cristão não cuidar de si quanto a pregação bíblica que é necessário para a sua caminhada, inevitáveis problemas acontecem. A larga distância sem congregar na sua igreja pode causar um dano irreversível. Congregue.

O Prolífico.